sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Conto .: Entre Os Seus Dedos ( Hot ) por Miss J.

Era apenas noite quando a encontrei. As suas formas sobressaíam por meio às roupas e eu quase podia sentir a suavidade da sua pele, seu gosto, cada músculo, mesmo nunca a tendo tocado.
Os devaneios começavam: em minha mente, um mundo de palavras transloucadas, um desejo anormal de nada dizer e romper seus lábios com mordidas e língua, de percorrer suas curvas com as mãos, sentir suas imperfeições.
Meu corpo fervia enquanto a olhava e eu desejava transpor o meu prazer mental para ela, por meio dos meus olhos. Investi. Me aproximei. Cada passo denunciando a lascividade do meu intuito. Um sorriso no canto dos lábios, a música alta, o suor que emanava de todos os outros corpos daquela festa. A lua cheia pulsava em nossas veias, como uma droga que nos impulsionava aos nossos instintos mais primitivos. A dois passos de extrema proximidade, nossos olhos se encontraram. Eu já podia sentir seu perfume entorpecente e eu só conseguia pensar em transportá-la, em carne, para o meu paraíso mental. Fazê-la sentir tudo o que o meu corpo já acusava.
Toquei suas mãos, sem dizer palavra, alisei sua pele. Pela cintura, a trouxe para perto de mim. Sorri ao perceber que ela também sorria. Agarrei os cabelos da sua nuca e a beijei. Nosso beijo acelerava, como os nossos batimentos cardíacos. Entrelaçamos nossas pernas e rebolamos ao ritmo da música.
Eu podia sentir suas coxas firmes e sua parte íntima esquentando, derretendo em tesão sobre a minha coxa. Os gemidos mais tímidos começavam a romper nossos lábios, mas nós sabíamos que ainda era pouco. Muito pouco.
Percebi que meus dedos já dançavam no seu decote, como se nenhuma parte do meu corpo tivesse controle próprio. Senti sua pele arrepiada de desejo e seus mamilos eretos massageando os meus. Afastei seus cabelos longos para lamber seu pescoço, mergulhar no seu perfume, a fazer mortal e lasciva: filha de seus instintos e só. E ela me puxava, também queria me sentir molhada e descontrolada de tesão em si. Agarrava em minha cintura, apertava a minha bunda, me apalpava. Minha respiração entrecortada evidenciava a minha falta de controle. A transpiração emanava a minha fragilidade, quando entre os seus dedos.
Boca, mãos, língua. Um universo tátil se abrindo junto com as suas delicadas pernas; Um mundo de delírios criado pelos seus gemidos.
E eu a tocava. E com que fome eu a tocava. minhas mãos subiam pelas suas coxas. Por dentro, por fora, como se eu precisasse memorizar as suas formas. Afastei sua calcinha e me arrepiei ao sentir a suavidade e a temperatura da sua concavidade. A senti delicada e escorregadia. Tentei decifrar seu cheiro e gosto com a ponta dos dedos, enquanto avançava por além de seu clitóris.
E eu a sentia pulsar forte e delicadamente, quase com um soluço, como batimentos cardíacos de suas entranhas. Ela me arranhava a cintura e me beijava a boca. Eu descobri um dos seus seios para poder beijar, lamber e morder seu mamilo. Descontrolada, como um animal, que começava a penetrá-la com um dedo, em estocadas lentas e saborosas, que cresciam em ritmo e força. O rosto ainda mergulhado em seu decote, as unhas de uma mão cravadas em sua cintura e ela se impondo por dentro do meu corpo, puxando os meus cabelos da nuca para me trazer próxima aos seus lábios. Sussurrava absurdos eróticos que eu estava louca para realizar.
A esta altura, as pessoas, a música, a festa, nada mais era real.  Tudo era a delícia de sentir e ser sentida, de chegar ao êxtase à exaustão. Os seus dedos rebolavam acelerados entre as minhas pernas, quando eu me permiti introduzir um segundo dedo nela. Desesperada e louca de desejo, ouvi seu gemido consentindo a minha ação. Ela rebolava nos meus dedos, com a fúria de um animal no cio e a graciosidade de uma Deusa, enquanto me puxava o cabelo e mordia  meu pescoço, numa tentativa frustrada de abafar os gemidos mais agudos e intensos. Eu sentia o seu suor e a glória do seu cansaço. E a cada movimento dos seus quadris, a cada gemido; toda vez que eu a sentia aumentar a força dos dentes contra o meu pescoço, ou do braço contra o meu cabelo, era uma explosão nova nas minhas entranhas. Eu já pulsava com tanta força e intensidade quanto ela, mas entendo que, ainda queria mais. E muito mais.
E eu a senti gozar nos meus dedos. E a vi desabar no meu corpo, fraca, indefesa, exausta. Sorrindo. A abracei, e sorri, por entre a minha falta de fôlego. Tanta perfeição, tanta beleza. Ela me olhou e me beijou. E disse que queria mais; que me queria na ponta da língua. A beijei de volta, sorri. Acendi um cigarro. Disse para sairmos dali.
Pegamos um táxi e, no longo caminho entre a festa e a minha casa éramos mãos e sorrisos. Provocações mútuas e corpos molhados, no banco de trás.
Entramos em casa tirando nossas roupas, nos jogando de parede em parede, ao meio de beijos e toques. Desacelerei. A queria inteira, observar e sentir cada milímetro de pele, cada segundo daquele momento. Liguei o som e a levei ao banheiro.
As gotas quentes tocavam nossas peles, o vapor embaçava nossas imperfeições: em breve, éramos duas silhuetas nuas, que se tocavam com a maciez do sabonete e uma voracidade desconcertante. Sentia seus seios grandes, firmes, maravilhosos; lambi seus mamilos eretos. Corri minhas mãos até sua cintura, tão fina e perfeita que se tornava um pouso maravilhoso para elas. Ajoelhei para morder sua barriga, lamber sua virilha, tocar sua bunda. Vontade absurda de a fazer morar na ponta da língua. Sentir o gosto de cada detalhe do seu corpo. Ela me ensaboava, me tocava com força e suavidade, quando sussurrou: “Agora você é minha. É a minha vez”.
Ela me puxou para si, me colocou de costas e começou a morder minha orelha e pescoço, enquanto deslizava suas mãos pelos meus seios, ventre e coxa, até chegar entre as minhas pernas. Se instalou ali, com uma das mãos em minha bunda, e a outra provocando a minha entrada escorregadia de tesão. Parou. Ela queria e sabia muito bem como me provocar. Os minutos corriam conosco, debaixo da água quente. Cachoeiras de desejo jorravam por entre as nossas pernas. Ela me pegou pela mão e me tirou dali. Secou o meu corpo, enquanto eu o fazia com ela. Fomos para o quarto.
Ela me jogou na cama, abriu as minhas pernas e mergulhou nas minhas entranhas. Me lambia, de leve e inteira. Fazia movimentos circulares com a língua, me enlouquecia. Eu a olhava, linda, removendo os cabelos do rosto, enquanto trabalhava no meu corpo, com o seu, tão perfeito, e tão exposto: a bunda apontando para o teto, um dos seios massageando a minha coxa. E ela me devorou, enquanto eu rebolava, gemia e delirava em sua língua. Ela introduziu um, depois dois dedos, enquanto me provava, e me arranhava as costelas. Eu sentia o desejo dela fluindo no meu corpo e não demorei muito para derreter na sua boca. Meu corpo tremia desesperadamente e eu precisei tirar forças da minha fraqueza, para colocá-la em meu lugar e percorrer o seu corpo com a ponta da língua. Finalmente ia sentir o seu gosto!, mas, primeiro, todo o resto: beijos, mordidas, lambidas. Seios, ventre e coxa. E eu adorando a perceber contorcida de tesão nas minhas investidas. Até, enfim, provar sua concavidade. Um gosto tão maravilhoso, que ainda me arrepio, ao lembrar.
Ela se movia na cama e a lua cheia, no céu. Dois ícones de perfeição, abençoando a minha noite com saliva e suor. Com deleite.
Era apenas dia, quando ela partiu, deixando marcas nos lençóis e no meu corpo exausto, que sorria, no colchão.

Nenhum comentário: