sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Conto.: O Decote ... por Tatá

Salvador, 3 de março de 2001.
Nelson Rodrigues,
Talvez, você seja a única pessoa, viva ou morta, que ouviria com naturalidade a história que está atormentando o meu juízo, e até agora é a única pessoa que eu confidenciaria o que vivi. Desde quando tudo aconteceu, sinto o cheiro de sexo no meu corpo e nos meus lençóis, sinto um bafo quente no meu pescoço, um arrepio, sinto unhas arranhando minhas costas e coxas. Para lhe ser sincera, há uma semana eu achava que amava o meu noivo, achava que o sexo era excelente. Imagina, só! Eu pensava que sabia o que era gozar, o que era ter prazer na cama. Ah! Como eu era boba.
Na quarta-feira passada, minha sogra veio me visitar, trouxe uns livros para me emprestar e uma garrafa de wisky, ela sempre me acompanhou nas doses de wisky. Nas festas de família sempre bebemos muito juntas, fumamos uns cigarros, rimos muito e sempre acabamos falando mal do Fernando, meu noivo. È porque ele é do tipo metódico, e nós não, somos completamente aquarianas, livres, leves e soltas, fazemos aniversário no mesmo dia, mas ela é 20 anos mais velha. A verdade é que sempre quis ser uma mulher como ela: vivida, viajada e desencanada. A sintonia entre a gente sempre foi um fato. E a beleza dela sempre me intrigou, ela tem uma beleza (…) não sei bem um adjetivo para a beleza dela, talvez exótica, avassaladora ou simplesmente ela seja dona de uma beleza intimidante. Cabelos longos, com ondas harmônicas e de tom avermelhado, uma sobrancelha bem desenhada, que faz um contorno perfeito nos olhos verdes dela, olhos que seduzem e fecham quando ela sorri, e um corpo maduro e belo, com seios fartos. É impossível ignorar a fartura dos seios dela, ela sempre usa decotes belíssimos, e naquela noite ela usava um vestido vermelho que ficaria simples em qualquer mulher, mas nela o vestido ganhou vida, os seios não estavam tão expostos, e por isso provocava muita curiosidade.
Depois de muitas doses, uns cigarros e muitas gargalhadas ela saiu do sofá e sentou no braço da poltrona em que eu estava sentada e me disse:
- Deve ser coisa de vidas passadas.
-O que?
-Nós duas.
-É! Talvez a gente já tenha sido mãe e filha.
-Talvez… Mas ainda bem que não somos nessa vida.
Um silêncio se formou, olhei pra ela tentando decodificar o segredo que tinha no olhar e no sorriso dela, mas não estava com muito poder de concentração e deixei meu inconsciente agir. Era difícil me concentrar no olhar dela, por que o tal decote estava na minha direção, depois de ter tentado por um momento descobrir o que estava acontecendo a abracei e meu rosto mergulhou nela, não resisti e cheirei os seios dela, cheirei de novo e passei meus lábios suavemente pela pele dela para desfazer o abraço, mas o abraço não se desfez, ela instintivamente enfiou a mão entre meus cabelos e esfregou minha cara em seus peitos. Depois de cheirar, lambi, chupei, apertei. E com uma força animal ela me jogou no chão, arrancou a minha blusa e apalpou os meus peitos de uma forma tão intensa que quase gozei, ela me beijava ferozmente e de uma maneira muito excitante desacelerou o beijo, desceu as mãos, abriu minha calça, abriu minhas pernas, enfiou a mão delicadamente e sussurrou no meu ouvido:
-Você está tão molhada! (…) tão gostosa!
Ainda ouço o eco dos nossos gemidos pela casa, era impossível controlar os gritos, o gozo. Depois de ter chupado meu clitóris e ter enfiando os dedos, a língua no meu sexo, subiu roçando os peitos no meu corpo e me beijou suavemente, suspirei na boca dela e acelerei o beijo, peguei com vontade na boceta dela, há umas horas fazer isso seria aterrorizante, mas naquele momento pegar não era suficiente, eu queria lamber, chupar, comer e foi tudo isso que fiz. Eu nunca tinha imaginado toda essa situação, foi tudo tão espontâneo, antes de imaginar e ter consciência desse desejo, meu inconsciente explodiu e agiu, definitivamente foi a experiência mais prazerosa da minha vida.
Depois de vê-la revirando os olhos de prazer, e de ter segurado fortemente suas pernas que tremiam tão quanto as minhas na hora do gozo a beijei mais e mais, e as línguas ficavam gradativamente mais nervosas, ora estavam juntas na boca, ora no ouvido, ora nos peitos, enfim, as línguas se encontravam e se perdiam. Ah! Eu não resistia aos peitos dela, sempre queria chupá-los mais, até que ela me puxou pelos cabelos me colocou deitada de costas, arranhou minhas costas e bateu, apertou, mordeu minha bunda e me virou de frente levantando minha perna e encaixando-se em mim, roçamos, roçamos, suamos, suamos, gritamos e gozamos feito loucas, foi um gozo longo, intenso e de fazer o corpo tremer, de perder os sentidos, de deixar as pernas bambas depois. E fomos tomar uma ducha juntas, continuamos a noite no banho, e claro, depois do banho.
Pois é, meu querido Nelson, depois dessa noite não sou mais a mesma. Ainda bem.
Subscrevo-me.
M.

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